domingo, 18 de setembro de 2011

Doug Aitken, "Sound Pavilion" (Som da Terra) / Inhotim


Inhotim, a maior galeria de arte moderna do mundo, caracteriza-se por oferecer um grande conjunto de obras de arte, expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, situadas em um Jardim Botânico, de rara beleza.
Uma dessas obras é o chamado "Sound Pavilion", de Doug Aitken. Essa obra proporciona ao visitante a interessante e inédita experiência de ouvir o núcleo da terra. Há uma interação muito legal no lugar, onde pode-se escutar barulhos, sons que são produzidos no interior na Terra. Cinco microfones altamente sensíveis são encarregados de captar esse barulho que é produzido por variadas freqüências de som e que muda a todo instante, às vezes são mansos e tranqüilos e às vezes são violentos, trazendo à superfície indícios de uma realidade quase sempre inimaginável. É através de um buraco, que se localiza no centro da obra do pavilhão de vidro, com 25 cm de diâmetro e 202 metros de profundidade que são introduzidos esses microfones. O som é transmitido ao ambiente em alto volume por caixas de som. Além disso, a arquitetura construída em volta do buraco traz uma leveza muito grande, e faz com que haja uma interação de quem está dentro do monumento arredondado e de vidro com a natureza do lado de fora, e também o acesso ao espaço interno do pavilhão dá-se por uma rampa em espiral, naturalmente guiando o visitante para o centro da instalação.

A invenção é do artista Doug Aitken, em 2009, que marca um novo momento em sua produção artística, buscando uma narrativa apenas com sons e delegando à natureza e à arquitetura a porção imagética da obra. Desde os anos 1990, Doug Aitken (Redondo Beach, EUA, 1968; vive em Los Angeles, EUA) desenvolve uma série de filmes, fotografias, instalações e vídeos que investigam a relação entre natureza, memória, tempo e espaço. Sua obra fala de lugares inabitados, ruínas, vestígios de onde o tempo parece ter outro ritmo. O artista tem concentrado boa parte de sua pesquisa recente a instalações com vídeos e a seus filmes, embora a preocupação com o espaço arquitetônico sempre esteja presente nos trabalhos. Doug Aitken participou de diversas exposições individuais e coletivas, assim como tem exibido sua obra em festivais de cinema e de vídeo. Entre seus projetos recentes mais importantes, destacam-se Migration (2008), na mostra Carnegie International (Pittsburgh, EUA), e Sleepwalkers (2007), exibido na fachada do Museum of Modern Art, em Nova York. Em 2005, expôs no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris. Em 1999, recebeu o prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza pela instalação “Electric Earth”.




 

Um comentário: